Vera Chisvo

Vera Chisvo, dando voz aos criativos marginalizados no Zimbábue

Nome: Vera Chisvo

Organização: Incubadora ZW, Moto Republik

Localização: Harare, Zimbábue

Links: incubatorzw.org

www.facebook.com/MotoRepublikZW

journal.maiagroup.co

magambanetwork.com

www.thestandard.co.zw 

Visão geral: Vera é uma vocalista e guitarrista de jazz funky baseada no Zimbábue. Como ativista e filantropa orgulhosa, ela fundou recentemente um centro criativo em Harare, Zimbábue, a Incubadora ZW: um centro virtual que visa inspirar e motivar os criativos a atingirem seu potencial máximo. A Incubadora ZW também hospeda um podcast e blog de vídeo bimensal chamado 'Her Hour' que promove a liberdade de expressão entre os jovens zimbabuenses em torno de questões que os afetam em sua vida cotidiana.

Conflito: O Zimbábue é um país que abriga muitos criativos, porém, com suas duras crises econômicas que paralisaram a nação por mais de 40 anos e o contínuo encolhimento do espaço civil, os criativos se viram se espalhando pelo pouco apoio que podem receber. Com um governo que é notório por usar os criativos para impulsionar sua agenda política, a maioria dos criativos se vê lutando para seguir suas carreiras como criadores de conteúdo não partidário. Além disso, devido às duras condições econômicas, a maioria dos espaços criativos que apoiam os artistas emergentes fecharam devido à falta de financiamento e à impossibilidade de se sustentarem. Vera está preocupada com a crescente intimidação política e censura do governo ao conteúdo no Zimbábue, citando a nova legislação através do Projeto de Lei de Segurança Cibernética e do Projeto de Lei Patriótica que controlará cada vez mais o que os zimbabuenses são livres para falar. 

Ação e Resultados: A Incubadora ZW foi fundada em 2018 como resposta a um chamado do British Council, Alliance Francaise e Zimbabwe Goethe Institute, a fim de encorajar mais conteúdo de criativas femininas. Esta idéia inicial foi estendida para apoiar as criativas marginalizadas e fornecer-lhes uma plataforma para se expressarem livremente e alcançarem um público mais amplo. O centro agora acomoda criativas femininas, criativas com deficiências e criativas que são membros da comunidade LGBTIQA+. Proporcionando-lhes experiências de primeira viagem, permitiu que se tornassem pioneiras em seus campos. A Incubadora ZW é o primeiro passo para o sucesso das criativas marginalizadas no Zimbábue.

Em novembro de 2019 eles lançaram seu primeiro podcast chamado Her Hour ZW que está disponível em múltiplas plataformas, inclusive: YouTube, Anchor, Spotify e iTunes. O podcast é uma voz para os jovens e para encorajar diferentes narrativas de diferentes demografias. Ele fornece um lugar para que questões políticas, sociais e comunitárias sejam discutidas a partir da perspectiva dos jovens. Alguns dos convidados incluem o embaixador britânico no Zimbábue, médicos treinados, especialistas em alimentação, personalidades da Rádio, especialistas em educação, defensores da comunidade LGBTIQA+, palestrantes, empresários e o cotidiano dos zimbabuenses. A Incubadora ZW tem três áreas principais de foco: trabalhar com criativos com deficiências; criar oportunidades para criativos em áreas marginalizadas; e promover o uso da arte como uma forma de ativismo.

Viagem: Vera teve que abandonar o ensino médio e depois a faculdade de design gráfico devido aos problemas financeiros de sua família. Ela sempre gostou de música enquanto estudava e quando não podia continuar seus estudos, ela começou a cantar. Ao lado de sua carreira como cantora, Vera começou a trabalhar na administração artística, inspirada pelo papel que as artes podem desempenhar na sociedade como uma ferramenta para a mudança social. Atualmente, ela é a gerente comunitária da Moto Republik - o primeiro centro criativo do Zimbábue - trabalhando como treinadora e gerente de programas. Vera reconheceu que as indústrias criativas sempre foram tendenciosas em relação aos homens, e que a maioria das comunidades marginalizadas não conseguem se estabelecer devido ao sistema patriarcal e a uma longa história de agentes estatais que constantemente assediam a comunidade LGBTIQA+. Para contrariar isso, ela lançou a Incubadora ZW para proporcionar um espaço seguro para os criativos trabalharem em colaboração em todas as suas disciplinas. Como mulher, ela tem plena consciência da pressão adicional que tem para se provar como empreendedora e criativa. Muitas vezes ela também desconfia do apoio ou do trabalho oferecido pelos homens, que ela espera apenas aproveitar-se dela e não está genuinamente interessada em seu trabalho. Apesar das dificuldades de administrar um negócio liderado por mulheres no Zimbábue, ela acredita que a arte e a criatividade têm o poder de provocar mudanças sociais, influenciar as pessoas, mudar suas percepções, ajudá-las a ter conversas desconfortáveis e a pensar de maneira diferente.

Apoio: A fim de continuar seu trabalho, Vera adoraria ver a Incubadora ZW passar de um espaço virtual para um físico. O apoio financeiro ajudaria Vera a acessar espaços, pessoas e conhecimento, para abrir mais oportunidades para grupos sub-representados nas indústrias criativas. 

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